terça-feira, 13 de maio de 2014

Modelagem

por Daniel Ricardo Augusto Wood, em 23 de abril de 2014.
 
           Certo dia, lembrei-me daqueles jogos de “massinha de modelar”, aquela coisa plástica que as crianças utilizam para dar forma a coisas, que podem sair de suas memórias, de seus sonhos, dos livros que leem e, até, de lugares que a mente humana nunca visitou.
            Pensei como é impressionante esse singelo brinquedo, que consiste em dar asas à imaginação, enquanto se aprende certo grau de coordenação motora, algo de geometria especial; através desse simples jogo com poucas regras, pode-se conhecer e de fato elaborar modelos de um imenso número de coisas.
               Devia ser obrigatório, por lei, massa de modelar nas escolas. Até uns noventa anos, pelo menos. Depois, tem-se de dar descanso ao sapiente. Se não aprendeu massinha aos oitenta e nove, difícil aprender então. Se aprendeu, já deu aulas e merece a aposentadoria para curtir, enfim, a própria massa encefálica.
Não obstante, ocorreu-me ideia que achei genial. Não minha, decerto; alguém já teve essa ideia, mas não me lembro de tê-la lido.
           Se dessem ao Congresso Nacional um suprimento inesgotável de massinha de modelar, estou convicto de que as leis seriam melhores, mais justas, mais dignas; e, talvez, grande número de “representantes”, do povo e dos estados, perceberiam que a dinâmica das leis exige mais ainda do que essa reflexão com as cores, as formas, as combinações de energia e matéria, para fazer a pacificação social e perseguir o objetivo máximo do Direito, que é a Justiça.
                De se concluir que massa de modelar pode fazer um ordenamento jurídico melhor, e, desse jeito, poder-se-ia obrigar mesmo o Poder Judiciário, inteiro, a usar essa substância elástica e maleável, pelo menos quinze minutos por dia.

domingo, 4 de maio de 2014

Uma frase gostosa de ouvir

Se há dias em que você sente que está cego e nada vê do que está à sua volta, pode acontecer de alguém se aproximar.
Pode ocorrer que você queira saber quem é.
Se a frase ouvida em resposta for essa, em qualquer língua, certamente será digna de trilha sonora.

Ei-la aqui

domingo, 16 de março de 2014

Ulisses

Transcrevo aqui, pela relevância que dou ao tema do herói na formação da personalidade, o final do poema de Tennyson, Ulysses (http://www.poetryfoundation.org/poem/174659):

that which we are, we are;
One equal temper of heroic hearts,
Made weak by time and fate, but strong in will
To strive, to seek, to find, and not to yield.

Aquilo que somos, somos;
Uma mesma têmpera de heroicos corações,
Enfraquecidos pelo tempo e pelo destino, mas de vontade forte
Para se empenhar, buscar, encontrar, e não se render.

A Odisseia (história do retorno de Ulisses, depois da Guerra de Troia), faz uma belíssima metáfora do caminho que tem o herói a percorrer, para retomar, na maturidade, sua vida de maneira organizada.