Em meu trabalho sou extremamente afortunado.
Todos os dias, um passarinho, cuja raça não consegui identificar ainda -- e ele não me deixa fotografar: foge sempre que tento pegar a câmera -- pousa à minha janela e assovia. Duas, três vezes.
Fica a, talvez, um metro de distância de mim. Olha, com seus pequenos olhinhos, dá uma chacoalhada nas penas, assobia; às vezes insiste.
Depois, vai embora.
Certamente mora por perto.
Tento imitá-lo, como a chamá-lo de volta; quando ele está de bom humor, atende ao chamado. Mas nada de me deixar fotografá-lo.
Tem talvez o tamanho de um canário; pouco maior. Penas cinza-azuladas; mais azuis, de um azul-claro, nas asas e próximo às laterais do abdômen; cinzentas no restante, claras; o peito é talvez de um cinza mais claro ainda, e a cabecinha tem um tom um pouco mais escuro que não chega ao chumbo.
Presenteia-me e não me deixa esquecer que existem coisas que não precisam de explicação, mas convidam à apreciação pura e simples de uma beleza que não exige nada em troca além da admiração em si mesma.
Hesitei tanto em escrever esta descrição, dedo em "shift" para escrever a primeira palavra, que o computador perguntou se queria ativar as teclas de filtro. Falta a minha, de inteligência, que justifica este título sem maior pretensão.
Aqui o leitor encontrará algo de Direito e algo de Psicologia; eventualmente, impressões relativamente poéticas da vida.
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
O Visitante
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