sábado, 7 de fevereiro de 2009

Das Profundezas


Esta manhã ao acordar, mais uma vez tive o prazer de olhar pela minha janela e ver muito verde. Do meu quarto, olho para um lugar cheio de árvores, com um verde profundo, tropical, úmido, do sul do Brasil, onde há muitas árvores da Mata Atlântica que despejam abundantemente suas folhas pela relva, o ano inteiro.

Esta característica está presente na minha vida de maneira marcante: na casa onde moro a maior parte do ano, na Região Metropolitana de Curitiba, próximo à Serra do Mar (pelo lado de cima); e na casa de praia, cujos fundos olham para as montanhas da Serra do Mar, pelo lado de baixo, de onde posso ver também densa vegetação, pela janela, verde e flores das espécies da Mata Atlântica no lado mais quente do litoral paranaense.

Quando olho para esta imensidão de verde, imediatamente me vêm idéias sobre a pequenez do ser humano e a imensidão das coisas da Criação, e ao mesmo tempo em que reflito sobre a vastidão da minha ignorância, também penso nas profundezas da psique.

Quando então vêm a mim os pensamentos sobre as descobertas psíquicas, das quais mal chegamos nas margens do oceano enorme que permeia o saber sobre si, surgem imagens do que, na medida do possível, se relaciona ao mais distante que pode ser visto -- que aliás é tão pouco.

Essa imagem abaixo, dos anéis de Saturno, tirada há poucos dias pela Sonda Cassini em órbita de Saturno e seus satélites a alguns bilhões de quilômetros de distância da Terra, é uma alegoria um tanto fraca do que me ocorre quando, abismado, olho para o verde, penso na minha pequenez e me sinto -- nesse aspecto, na infinitesimal pequenez -- parte da humanidade.


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